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Arquitetos: WUWU Atelier, ADINJU
- Área: 120 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Bowen Hou, Youjian Pan

A Nuvem sobre as Árvores
Aninhada no bosque de pinheiros ao lado do estacionamento, a construção se apoia em um terreno suavemente inclinado, com desnível de 2 a 3 metros em relação ao pavimento. Painéis irregulares de concreto, com textura natural, flutuam como nuvens entre os pinheiros, sustentados por colunas com diâmetro semelhante ao das árvores, criando harmonia com o entorno. Elevado, o sanitário oferece aos visitantes uma perspectiva incomum — o olhar na altura da copa das árvores.


No centro da planta, um espaço aberto de descanso se volta para a mata densa, estabelecendo um ponto de diálogo entre a arquitetura e a floresta. Um pinheiro preservado atravessa a edificação, contando a história do lugar e permitindo que um toque de chuva penetre no ambiente.



Todas as cabines possuem janelas do piso ao teto voltadas para o bosque, envolvendo o usuário na paisagem como se atendesse ao chamado da natureza em meio à mata. Equipadas com vidro elétrico jateado, que garante privacidade quando acionado, as janelas oferecem liberdade tanto para os mais ousados quanto para os mais reservados. A estrutura elevada mantém a continuidade do terreno inclinado abaixo, permitindo a livre circulação de plantas e insetos. A aproximação à mata densa adota uma postura de baixa intervenção, valorizando as características originais do lugar.


A Janela no Vale
Localizada em um vale ao longo da estrada circular do parque, a construção se posiciona cerca de três metros abaixo do nível da via — altura equivalente a um pavimento. Vista da estrada, quase desaparece. Apenas a escada de acesso e um elevador para pessoas com mobilidade reduzida surgem no topo, insinuando sua presença.


A estreita escadaria conduz o visitante da natureza para a arquitetura, do espaço aberto para o fechado, funcionando como um prólogo e uma transição antes que a natureza se revele novamente. Quando isso acontece, ela é enquadrada e ressaltada por janelas longas e irregulares, como olhos estreitos, que permitem contemplar o vale e atribuem novo significado ao lugar.


O teto e as paredes exibem uma textura aleatória e orgânica, evocando uma caverna subterrânea voltada para o vale. As superfícies brutas e naturais de concreto contrastam com paredes e pisos lisos, aproximando o artificial e o natural, o plano e o rugoso, em uma tentativa de aguçar os sentidos e proporcionar uma experiência física singular. Um óculo circular acrescenta um inesperado sentido de ritual ao uso do espaço, garantindo privacidade e, ao mesmo tempo, permitindo a entrada de luz natural e um vislumbre do céu.


O edifício está encaixado entre duas encostas, que se estendem para o interior e criam um gesto de entrelaçamento com a terra. Vista da estrada, a forma do sanitário público é ambígua; somente ao contornar o terreno é que sua imagem se revela por completo. A janela funciona como uma fenda, permitindo espiar o vale verdejante.




































